Acordei meio tonta como todos os dias, e cambaleando pelas paredes, entrei no banheiro e hoje diferente dos outros dias eu vomitei, vomitei muito, algo meio amarelo com gosto amargo, escovei meus dentes, mas o hálito ruim não saiu, sentei na mesa pra tomar café, ele, que levantara antes de mim, sorriu e mandou um beijo estalado sem se levantar, eu mal comi me levantei tirei meu pijama branco e botei um vestido estampado, sai sem dizer pra onde ia, a barriga apesar de pesada não me impedia de nada, absolutamente nada, entrei num beco que não sabia aonde ia dar, dois rapazes morenos me seguiam, acho que queriam me assaltar, sorri daquele jeito pra eles que estranharam mas gostaram, beijei a ponta do queixo do mais alto, o outro me agarrou por trás pegando na barriga, virei beijei o mais baixo na boca e sai, eles tomaram o caminho inverso ao meu, a rua que eu dessa vez tomara já estava bem movimentada, eu meio descabelada e com aquela barriga chamava a atenção dos transeuntes, eu era bonita, dei a volta no quarteirão e voltei pra o prédio, dei uma beliscadinha na bunda do porteiro, velho conhecido, entramos eu e minha amiga no elevador, passei direto pra o andar dela e entramos em seu ap já nos despindo sôfregas, no sofá as nossas mãos nos governava, ela adorava passar as mãos na minha barriga, eu adorava os pés dela, gozamos e gritamos muito alto, voltei pra o meu ap, ele assistia TV, tava de férias, sentei no colo dele e o beijei, ele conseguiu me levar até o quarto, nos braços apesar daquela barriga, fizemos do jeito que ele mais gostava, de pé, fui almoçar fora, no barzinho da esquina, quando voltei ele tava comendo batata frita com catchup, depois disso foi dormir, fui até a cozinha lavei alguma coisa na pia e fui pra o quarto só de calcinha, ele era diferente, tive vontade de matá-lo, ele acordou e disse que sonhou com o parto eu sorri e sai, coloquei uma música pra tocar e dancei feito uma pessoa normal, ele também dançava no quarto só de cueca, já tava me irritando, eu aumentei o som da música e dancei mais agitada, fui até a cozinha e peguei o batedor de bife, e comecei a cantar como se o batedor fosse o microfone, quando ele virou de costas eu bati no meio do crânio dele com todas as minha forças, ele caiu sem sangrar, abri a janela, encostei na varanda, cantando com meu microfone de bater bife e dançando só de calcinha me atirei do sétimo andar, durante a queda o bebê chutou, eu sorri e chorei sem querer...
É, pelo visto fazer contos rodrigueanos faz parte do nosso show.
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