segunda-feira, 21 de março de 2011

O poema que sempre (nunca) quis escrever

Pensei em escrever um poema que fosse algo grande, grande e insuportável ao mesmo tempo, que as pessoas jamais conseguissem conter as lágrimas ao lê-lo, que fizesse paralisar em sentidos até os desamantes de poesia, os leigos, os analfabetos, todos os vertebrados e invertebrados da terra...

Por muito tempo, tentei, tentei, tentei... e tentei milhões, bilhões, trilhões, zilhões de vezes, mas esse poema não saia...

E depois de muito viver, de muito sofrer, de muito chorar, de muito gritar, de muito morrer... Acho que consegui esboçar em meus neurônios tão insuportável poema... mas o medo de meu próprio poema, desse poema que tanto tentei escrever, me faz hesitar, me faz tremer, me faz não querer escrevê-lo... mesmo assim não tenho domínio sobre minhas mãos, elas insistem em guiar-me para o inferno que será escrever esse poema, não quero escrevê-lo pois temo que ele não tenha o esperado efeito sobre as pessoas (uma lágrima rola em meu rosto e toca e molha o papel), temo que para alguns ele soe cômico, seria demais (licença Machado) desgraçado leitor, se tu ristes de meu poema, desse poema que já não quero mais escrever, mas mesmo assim escreverei... depois dos dois pontos e entre aspas, derramarei sobre voz o sangue do meu poema/filho que ao escrevê-lo deixará de ser meu e amargurará a vida de todos que o tomarem para si, então, eis o meu maldito poema:

“SOLIDÃO”

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