Por favor, quando terminarem de ler o texto, assistam aos vídeos no fim do post.
Muitas pessoas que me conhecem sabem que gosto do Big Brother Brasil, cheguei até, por diversas vezes, a sofrer preconceito por isso. Mas ontem ao assistir e ouvir o discurso de eliminação da Roraimense Paulinha, me deparei com mais uma aula de performance (chego a dizer literária) do apresentador do reality Pedro Bial.
Em alusão ao celebre livro de Lewis Carrol, Alice in Wonderland ou Alice no País das Maravilhas para nós brasileiros, Bial compara a perseguição do Coelho Branco por Alice; que a leva ao mundo maravilhoso do País das Maravilhas, com a perseguição do mundo televisivo pelas emparedadas; que poderia levá-las (e levou) ao mundo maravilhoso da Fama:
E todos aqueles gatos e seus sorrisos de gatos
E todos aqueles chapeleiros malucos e seus chás
E todas aquelas festas e provas malucas
E todas aquelas rainhas a cortar cabeças
E todos aqueles líderes
E todas aquelas cartas
E o baralho de gente
E todas aquelas portas, fechaduras, cadeados, tantas chaves
E tanta vontade de mergulhar, despencar naquele buraco
Pirar geral... pro reino inteiro ver
Crescer... até não caber em si
Encolher... até caber no buraco de saída
Mas você não quer sair
Mas você tem que sair
Chegou a hora
E para sair você tem que responder apenas uma pergunta:
Quem é você?”
E essa última pergunta feita a Paulinha foi, ao meu ver, também a justificativa pela saída dela. Disse um dia o já eliminado Diogo: “Quem é amigo de todo mundo não é amigo de ninguém” Uma opinião filosófica até, Freud por exemplo chegou a teorizar algo parecido. Quem acompanha o programa sabe que Paulinha tinha que responder àquela pergunta ainda durante o jogo, não respondeu, foi eliminada.
A eliminação de ontem me lembrou um outro discurso de eliminação, sendo que do Big Brother Brasil 10. Impossível não se emocionar, não se arrepiar, não chorar com o show de emoção passado por esse Pedro, esse Pedro Poeta, poeta da vida real de mentirinha. Antes de anunciar a eliminação do colorido (no sentido mais cândido e mais alegre dessa palavra) Serginho, que enfrentava o também colorido Dicesar. Bial nos apresentou, nos recitou a (re)invenção de uma história em forma de poesia que tinha como protagonistas ninguém menos que Peter Pan e Dorothy e como roteiro a tradução da canção Over The Rainbow. Vamos ao discurso/poema:
“Serginho é Peter Pan
É Peter Pan, a criança que não cresceu e sabe voar
Quer aprender? Quer voar?
Pense numa coisa boa, pense numa coisa bem boa
É só pensar em coisa boa que a gente voa
Pense numa coisa bem linda
Que você nem viu ainda
Num raio de luar que você vai voar
Peter Pan, sombra na parede da caverna de Capitão Gancho
Travessura? Espectro? Imagem só?
Será? Não é possível
É ele... Pan... Está lá? Lá?
Ele está? De que lado ele está?
É só pensar em coisa boa que a gente voa
Se pensar em coisa ruim?
Bom! Pode até chegar ao fim
Dicésar é Dorothy
De ‘O Mágico de Oz’
Sapatinhos vermelhos Dimmy
Brilhantes
Dicésar tem coração GRANDE, que não murchou
Apesar de tantas vezes machucado
Pra você Dicésar e pra você Serginho
Eu gostaria de cantar uma canção
Como eu não canto assim tão bem
Eu vou dizer um resumo da tradução
‘Em algum lugar acima do arco-íris
Lá em cima
Existe uma terra que eu ouvi falar uma vez numa canção de ninar
Em algum lugar acima do arco-íris
O céu é azul
E os sonhos que você ousa sonhar
Se tornam realidade, VERDADE
Vou fazer um pedido à uma estrela
E acordar em um lugar além das nuvens
Onde os problemas se derretem como balas de limão
Bem pra lá do topo das chaminés
É lá que você vai me encontrar
Pássaros azuis voam acima do arco-íris
Se pássaros azuis voam contentes acima do arco-íris
Por que eu não posso voar?’
THERE IS NO PLACE LIKE HOME!
(...)
Dicésar, Dorothy busca o caminho de casa
Quer ir pra casa, ficar com a mãe
Segue a estrada de tijolos amarelos
E ainda quer arrumar coragem pro leão, um coração pro homem de lata, um cérebro pro espantalho...
Ai Caramba!
Peter Pan ou Dorothy?
Sérgio ou Dicésar?
Quem sai?
SAI SERGINHO!”
Para os que me criticaram por gostar do Big Brother; sobre os argumentos de que este é um programa que só passa pornografia, mulher pelada, de que “têm mais o que fazer do que ficar querendo saber da vida de gente que nem conhece”, ou seja, fofocar, eu peço: quem nunca falou da vida alheia ou quem nunca consumiu pornografia que atirem a primeira pedra.
Criei este blog pretendendo falar de arte e principalmente de literatura, pois bem, quem ousa dizer que isso não é arte, que isso não é literatura.
Perfeito o seu Blog.
ResponderExcluirO que vc disse totalmente é verdade.
Vc tem Toda a razão;
Tá de Parabéns msm.
Abraço