quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Cidade Canção*


"Não existe amor em SP"
(Criolo)


sem mim
tão mórbida
Cidade morta:


voz grave
canção triste
violão dedilhado
arte e amor; solidão
café com livro e museu
“Mais um dia cinza em São Paulo
O meu coração quer tudo e nada quer”


*Inspirado na canção de Zeca Baleiro.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Three Songs*

Please, put in your head
Open your ears to listen
The advice that these songs say to you:

If you don´t want to stay looking for me
In the empty of  our home,
Don´t tell me knives.
Choose the most beautiful Word to love me,
Because,
Nevermore I will find someone like you.
Nevermore you will find someone like me.

*Slightly inspired by the songs: Saudade de Chumbo (by Fernando Anitelli Trio), Palavra (by O Teatro Mágico) and Someone Like You (by Adele).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

sábado, 30 de abril de 2011

No mesmo espaço

ao lindo casal: Ramona e Jussier

Dois...
Em ramos
ramificações
Ramo-
           nificações
Em um urso
fofo
bruto
homem.

Dois...
Infindas tardes
onde o vertical e o côncavo
se ramificam
Reproduz
Ramos
Ramo-
           nificações.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Limite


A vida que vivo
já não é minha.

Meu rosto
Sorriso
Meu choro
Caminhos
Nada é meu.

Onde estão minhas asas
Minhas penas
Meus pensamentos.
Porque só pesares
em meu coração?

As flores
Onde estão as flores?

(Estão nos jardins,
em um Éden perdido,
repleto de frutos proibidos.)

Quero de novo ser expulso do Paraíso.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Poeta no escuro

Incompreensivelmente calado
numa casa vazia em tarde de chuva
folheando um velho álbum de família.
As fotos de um eu quando eu:
Rostos e gestos de pessoas mortas.
Uma canção triste vem do infinito
...
Lágrimas no telhado.

Agora é noite.
No breu abro os olhos, nada vejo.
Uma brisa fria semeada pela garoa
...
Talvez na madrugada se colha a tempestade
...
Uma nuvem sorri pra mim,
iluminada por uma lua cheia
com um imenso vazio ao seu redor
...
As paredes estão cinzas.

Ensaio um grito,
o silêncio me sufoca,
me vem um leve gemido.
A imensa luz negra me cega
pelo som das árvores
e folhas
e nada,
sinto que a brisa,
semeada outrora,
finalmente virou tempestade.

O poeta que escreve no escuro,
faz uma prece sem fé.
Adormece
...
(Ele deseja nunca mais acordar)
...
Agora,
ele sonha que
morre.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Líquidos


Tomo água
Tomo cerveja
Tomo coragem
Tomo vergonha
                        Na cara
Tomo tapa
Tomo soco
Tomo suco
Tomo muco
          saliva
          gosto
          gozo
Tomo às horas
Tomo agora
Tomo à força
Tomo a grana
Tomo todas
Tomo 
         a cama

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Discurso Final do Big Brother Brasil 11

"O blog é meu, escrevo o que eu quiser!"
(Tinho Valério)

Esta noite foram 51.108.875 votos. Um número extraordinário. Nenhum reality show no mundo se aproxima dos nossos números.

Ah! Maria, você encantou o Brasil, com sua doçura, sua verdade...
Ah! Wesley, você também nos encantou, só por ser bem educado, atencioso...
Mas convenhamos Maria, convenhamos Doutor, que surra! Que lição de vida, Doutor!
Você que queimou tanta pestana nos livros de medicina, foi preciso trancar o Senhor Doutor, trancar o Senhor Doutor pra dar-lhe uma aula de “Rua”, trancar o Senhor numa casa estranha pra aplicar-lhe um sova de vida.
“cais à meia-noite!”
the wild side!
“O lado selvagem!”
Entrou cheirando à leite,
Agora, deve estar com o perfume de Maria.
“Óh! nobre sentimento da inveja”

Você nem sabe o quanto se transformou, Doutor. Só aqui fora, mais tarde, poderá se dar conta.
Você não é mais o mesmo, mesmo.

Quero contar, recontar do meu jeito, uma história meio adaptada de um conto do Guimarães Rosa chamado:
 Substância
É a história da paixão, do amor incontrolável de um grande proprietário, pela mais humilde de suas funcionárias.
Ele fica louco de amor, só tem olhos para a menina, jovem donzela intocável.
Sim!
Pois ninguém a toca com medo de seu passado, todos tem medo dela, apesar da formosura, medo de seu passado:
A mãe dela não prestava:
Vagabunda, louca de pedra.
O pai: Leproso!
O homem, o patrão da menina linda e órfã, fica alucinado, vocês podem imaginar:
Não dorme mais, nem fica acordado, é um ser atormentado, refém de uma decisão:
Ou coloca uma pedra sobre o coração, congela, mata aquela paixão e todos os riscos que tal paixão traz, e morre, também, sozinho.
Ou... ou se entrega ao destino e também pode morrer de amor...

Daqui a pouquinho eu conto o fim da história.

O fato das coisas não mudarem a muito tempo não quer dizer que as coisas são imutáveis:
Reza a lenda, e até faz sentido, que são as mulheres que decidem o Big Brother:
Que elas são quem votam mesmo! e que por isso mulher bonita e gostosa num vai ganhar NUNCA!
“Ah! vai posar nua, fazer novela, o escambal, coisa e tal, casar com homem rico, tá com a vida ganha!”
Até que chega uma mulher...
Até que chega uma linda mulher
que atrai os homens e intriga as mulheres.
Até que chega uma mulher que... esfrega não!... que afaga na cara das mulheres, tudo o que elas detestam ser, ter sido, ou vir a ser de novo por alguma circunstância.
Circunstância aí, quer dizer: “Homem que não me quer! Ok, Bonecas!”
Vem então essa boneca... de pano, com um?...
Sorriso ou Feitiço?
Sei lá!
Sorriso no rosto, num acredito em feitiço, acredito em Deusas.
E com esse tal sorriso...
e com suas lágrimas,
Valei-me!
Ela não apenas sorriu,
nem apenas chorou.
A propósito...
Quem é burro mesmo?
Bom!
Eu contei toda aquela história inspirada no Guimarães Rosa, do patrão apaixonado pela empregada humilde e de passado suspeito, só pra usar a frase dele, do homem apaixonado, quando ele finalmente toma sua decisão.
Eu vou usar a frase para anunciar pra quem vai o Big Brother Brasil 11:

“A ela – a única Maria no mundo”


Pedro Bial
29/03/2011